quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Como Irei a Deus?


Como Irei a Deus?


É com nossos pecados que nos achegamos a Deus, pois não podemos nos apresentar a Ele com qualquer outra coisa que seja realmente nossa. Essa é uma das lições que aprendemos com lentidão. Mas, sem termos aprendido a mesma, não poderemos dar um só passo correto naquilo que chamamos de vida religiosa.
Rebuscar coisa boa em nossa vida passada, ou apelar para algo de bom no presente, se descobrirmos que o nosso passado nada contém de positivo, é nosso primeiro pensamento quando começamos a procurar resolver a grande questão pendente entre Deus e nós - o perdão de nossos pecados. No favor de Deus há vida (Salmo 30:5), e estar sem o favor divino é sentir-se infeliz neste mundo, é não desfrutar de alegria no mundo por vir. Não há vida digna de ser chamada de vida, exceto aquela que flui de Sua amizade infalível. Sem essa amizade, nossa vida aqui é um fardo e uma canseira. Nessa amizade, porém, não há qualquer mal, e toda a tristeza torna-se uma alegria.
"Como poderei ser feliz?" foi a pergunta de uma alma cansada que já experimentara cem maneiras diversas de obter a felicidade, mas sempre falhara.
"Obtenha o favor de Deus", foi a resposta imediata de alguém que já havia provado pessoalmente que "o Senhor é bondoso" (1 Pedro 2:3).
"Não haverá outra maneira de alguém ser feliz?"
"Nenhuma!" foi a pronta e decidida resposta- " O homem vem buscando algum outro caminho para a felicidade por seis mil anos, e tem fracassado totalmente. E você obteria sucesso?"
"Não, não teria possibilidade alguma; e não quero continuar tentando indefinidamente, Mas, esse favor de Deus me parece algo muito duvidoso; e o próprio Deus parece estar tão distante que não sei para onde voltar-me."
"O favor de Deus não está cercado de dúvidas. Ele e real acima de todas as demais realidades; e Deus é o mais próximo de todos os seres, sendo tão acessível quanto é gracioso e bom."
"Esse favor divino, do qual você fala, para mim sempre pareceu misterioso, e não posso entendê-lo."
"Diga antes que é como a luz do sol que está sendo ocultada de você pelas suas dúvidas."
"Sim, sim, acredito em você. Mas , como poderei deixar para trás as dúvidas e chegar à luz da certeza? Parece ser algo tão difícil, exigindo muito tempo para chegar a concretizar-se.
"Você é quem torna distante e difícil aquilo que Deus fez simples, próximo e fácil."
"Você está querendo dizer-me que não há quaisquer dificuldades?"
"Em certo sentido, há mil dificuldades; mas, em um outro sentido, não há nenhuma."
"Como pode ser isso?"
"O Filho de Deus porventura dificultou o caminho do pecador quando disse à multidão: 'Vinde a mim, e eu vos aliviarei'?"
"Certamente que não. Ele queria que todos fossem imediatamente a Ele, e naquele momento em que estavam juntos Ele lhes daria descanso."
"Portanto, se você estivesse pessoalmente naquele lugar, quais dificuldades teria encontrado?"
"Nenhuma, por certo. Falar em dificuldades, quando eu estivesse ao lado do próprio Filho de Deus, seria uma insensatez, ou pior ainda."
"O Filho de Deus sugeriu alguma dificuldade para o pecador, ao conversar com a mulher samaritana, sentado à beira do poço de jacó? Todas as dificuldades não foram antecipadas ou eliminadas por estas admiráveis palavras de Cristo: "...tu lhe pedirias, e ele te daria água viva?"
"Sim, sem dúvida. Tudo se resumia em pedir e receber. A transação inteira terminou ali mesmo. O tempo e o espaço, a distância e as dificuldades nada têm a ver com essa questão; a dádiva seguiu-se à petição, corno se fossem causa e efeito. Até esta altura, tudo é muito claro. Porém, desejo indagar: Não existe alguma barreira?"
"Nenhuma, se é que o Filho de Deus realmente veio salvar os perdidos. Mas, se Ele veio para aqueles que estavam apenas parcialmente perdidos, ou que pudessem salvar-se em parte, então a barreira seria infinita. Isso eu admito; de fato, insisto sobre esse ponto.
"Portanto, estar perdido não serve de barreira para quem quer ser salvo?"
"Eis uma pergunta tola que merece uma resposta tola. Quando sentimos sede, isso porventura serve de empecilho para obtermos água? ou o fato de que alguém é pobre serve de empecilho para receber riquezas dadas por algum amigo?"
"Não. A verdade é que a sede me prepara para a água, e a minha pobreza me prepara para as riquezas."
"Ah, sim, o Filho do homem veio não para chamar os justos, mas os pecadores ao arrependimento. Se você não é um pecador completo, então há uma barreira. Mas, caso você seja um pecador completo, então não há nenhuma barreira.
"Um pecador na íntegra! Será que esse é o meu verdadeiro caráter?"
"Não há dúvida quanto a isso. Se você ainda duvida, examine a sua Bíblia. O testemunho de Deus é que você é um pecador completo, e que terá de tratar com Ele como tal, pois os sãos não precisam de médico. e, sim, os doentes."
"Um pecador na íntegra! Bem, mas não deveria eu livrar-me de alguns dos meus pecados, para poder receber alguma bênção da parte de Deus?"
"Não, realmente. Pois somente Ele pode livrar alguém até mesmo de um pecado. Assim sendo, você terá de ir a Ele com toda a sua ruindade, sem importar quão grande ela seja. Se você não é um pecador na íntegra, então, na verdade você nem precisa de Cristo, pois Ele é o Salvador no mais total sentido da palavra. Ele não ajuda você a salvar-se; e nem você pode ajudá-lo a salvar a você mesmo. Ou Ele faz tudo, ou nada faz. Uma meia salvação só serve para aqueles que não estão totalmente perdidos. Ele mesmo carregou 'em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados' (1 Pedro 2:24).
O que acabamos de descrever foi a maneira como Lutero encontrou a paz e a liberdade de Cristo. A história de seu livramento é muito instrutiva, porque mostra como as pedras de tropeço da justiça-própria devem ser removidas, mediante a plena exibição do evangelho gratuitamente oferecido, e faia das boas-novas do amor de Deus para com aqueles que não são amados e nem São amoráveis; das boas-novas de perdão para o pecador, sem o concurso de dinheiro ou dos méritos humanos - as boas-novas da PAZ COM DEUS, oferecidas é exclusivamente através da propiciação daquele que estabeleceu a paz por meio do sangue de Sua cruz.
Uma das primeiras dificuldades encontradas por Lutero foi que ele pensava que teria de despertar o arrependimento dentro de si mesmo; e então que, tendo conseguido isso, teria de apresentar esse arrependimento como uma oferta pacífica ou como uma recomendação a Deus. E se esse arrependimento não pudesse ser apresentado como uma recomendação positiva, pelo menos poderia servir de apelo para que o seu castigo fosse mitigado.
Perguntava Lutero: "Como poderei ousar crer no favor de Deus, enquanto não houver em mim uma real conversão? Preciso mudar, antes que Ele possa receber-me."
Foi esclarecido a Lutero que a "conversão" ou o "arrependimento" que ele tanto desejava jamais poderia ocorrer enquanto considerasse Deus um severo Juiz, destituído de amor. O que nos conduz ao arrependimento é a "bondade de Deus" (Romanos 2:4). Se o pecador não reconhecer essa bondade, seu coração não poderá ser quebrantado. Um pecador impenitente despreza as riquezas da bondade, da longanimidade e da tolerância de Deus.
O idoso conselheiro de Lutero disse-lhe claramente que ele deveria descontinuar as penitencias e as mortificações, bem como todas as preparações da justiça-própria para tentar obter ou adquirir o favor divino
Conforme Lutero nos revela de forma tocante, essa voz pareceu descer do próprio céu: "Todo autêntico arrependimento começa com o conhecimento do amor perdoador de Deus".
Enquanto Lutero ouvia, raiou-lhe a luz do entendimento, e uma alegria até então desconhecida tomou conta dele. Nada havia entre ele e Deus! Nada havia entre ele e o perdão! Nada de bondade preliminar ou de sentimentos preparatórios! Lutero aprendeu a lição dada pelo apóstolo. "Cristo... morreu a seu tempo pelos ímpios" (Romanos 5:6). Deus "justifica ao ímpio" (Romanos 4:5). Todo e qualquer mal existente no ímpio é incapaz de impedir essa justificação; e toda a bondade do pecador (se nele houver tal coisa) não pode ajudá-lo a obtê-la. Ele terá de ser recebido como um pecador, ou nem poderá ser recebido. O perdão oferecido reconhece somente a sua culpa; e a salvação provida na cruz de Cristo considera-o apenas um perdido.
Entretanto, o senso de culpa é por demais profundo para ser facilmente abafado. O temor voltou ao coração de Lutero, e ele foi aconselhar-se uma vez mais, exclamando: "Oh, o meu pecado, o meu pecado!" como se a mensagem de perdão, que ele recebera ainda tão recentemente, fosse boa demais para ser veraz, e como se pecados como os seus não pudessem ser fácil e simplesmente perdoados.
"você quer ser apenas um pecador aparente, e, portanto, necessitado apenas de um Salvador aparente?"
Assim indagou o venerável amigo de Lutero, adicionando então solenemente: "Reconheça que Jesus Cristo é o Salvador de grandes e autênticos pecadores, os quais nada merecem senão a mais total condenação?'
"Mas Deus não é soberano em Seu amor selecionador?" indagou Lutero. E completou: "Talvez eu não seja um dos escolhidos de Deus?'
"Olhe para as cicatrizes de Cristo", foi a resposta, "e contemple ali a mente bondosa de Deus para com os filhos dos homens. Em Cristo enxergamos Deus, ficamos sabendo Quem Ele é, e como Ele nos ama. Pois o Filho é quem revela o Pai; e o Pai enviou o Filho para que fosse o Salvador do mundo".
Certo dia, quando estava doente e acamado, disse Lutero a um amigo: "Creio no perdão dos pecados". E ajuntou: "Porém, o que isso tem a ver comigo?"
"Ah, e isso não inclui os seus próprios pecados?" indagou aquele amigo, acrescentando: "Você crê que os pecados de Davi foram perdoados? e que os pecados de Pedro foram perdoados? Por que você não pode crer que os seus próprios pecados podem ser perdoados? O perdão tanto é para você como foi para Davi ou Pedro"
Foi dessa maneira que Lutero encontrou tranqüilidade. O Evangelho, uma vez crido dessa forma, trouxe a Lutero liberdade e paz. Ele compreendeu que havia sido perdoado, porque Deus dissera que o perdão seria a possessão imediata e garantida de todos quantos dessem credito ás boas-novas da salvação.
No solucionamento da grande questão entre Deus e o pecador, não poderia haver nem barganha e nem preço de qualquer espécie. A base do acordo foi lançada faz quase vinte séculos; e a poderosa transação realizada na cruz do Calvário foi tudo quanto se fez necessário para que o preço fosse pago. "Está consumado" é a mensagem de Deus aos filhos dos homens que perguntam: "Que devo fazer para ser salvo?" Essa transação concluída sobrepuja todos os esforços dos homens para se justificarem, ou para ajudarem a Deus a justificá-los. Vemos Cristo crucificado, bem como vemos Deus em Cristo reconciliando o mundo conSigo mesmo, não imputando aos homens as suas transgressões; e esse fato resulta daquilo que foi realizado na cruz, onde a transferência da culpa do pecador para o divino Filho de Deus foi efetuada de uma vez por todas. Ora, o Evangelho é justamente o anúncio das "boas-novas" dessa grande transação. Quem quer que dê crédito a esse anúncio, toma-se participante de todos os benefícios garantidos por essa transação.
"Mas, não deveria eu sentir-me endividado diante da realização do Espírito Santo em minha alma?"
"Sem dúvida; pois qual esperança poderia haver para você sem a operação do todo-poderoso Espírito, que vivifica os mortos?"
"Nesse caso, não deveria eu esperar pelos impulsos do Espírito? E uma vez recebidos esses impulsos, não deveria eu apresentar os sentimentos despertados por Ele como razões de minha justificação?"
"Não de modo nenhum. Ninguém é justificado pelas realizações do Espírito, mas somente pela realização de Cristo. E as operações do Espírito também não servem de base para a fé, e nem de motivos para alguém esperar o perdão da parte do Juiz de todos. O Espírito Santo opera em nós, não a fim de preparar-nos para sermos justificados, e nem para tomar-nos aptos para recebermos o favor divino, e, sim, para conduzir à cruz, tal e qual nós somos. Pois a cruz é o único lugar onde Deus trata misericordiosamente com os transgressores."
É na cruz que encontramos paz com Deus e recebemos o Seu favor. Ali achamos não somente o sangue que nos lava, mas também a retidão que nos reveste e embeleza, de tal maneira que dali por diante somos tratados por Deus como se nunca tivesse havido a nossa injustiça, e como se a retidão de Seu Filho fosse nossa.
A isso Paulo chama de retidão "imputada" (ver Romanos 4:6.8,11,22,24), a saber, Deus lança a retidão de Cristo em nossa conta, como se tivéssemos direito às bênçãos que tal retidão pudesse obter para nós. Retidão obtida por nós mesmos ou lançada em nossa conta por outro ser humano chamamos retidão infundida, concedida ou inerente, mas retidão alheia, a nós creditada por Deus, como se nossa, chamamos retidão imputada. Paulo alude a isso, quando diz: "...revesti-vos do Senhor Jesus Cristo..." (Romanos 13:14 e Gálatas 3:27). Assim, Cristo nos representa; e Deus trata conosco como quem é representado por Cristo. E então, necessariamente haverá a retidão interna como conseqüência natural. Mas, não devemos esperar obtê-la, antes de irmos a Deus buscar a retidão de Seu Filho.
A retidão imputada deve vir primeiro. Ninguém tem a retidão no íntimo, enquanto não tiver recebido a retidão que vem de fora. Assim, fazer alguém de sua própria retidão o preço oferecido a Deus em troca da retidão que há em Cristo, é desonrar a Deus e negar o valor de Sua cruz. A obra do Espírito não consiste em tomar-nos santos, a fim de podermos ser perdoados, mas em mostrar-nos a cruz, onde os transgressores acham perdão. Tendo achado o perdão ao pé da cruz, iniciamos aquela nova vida de santidade à qual fomos chamados.
O que Deus oferece ao pecador é o perdão imediato: "...não por obras de justiça praticadas por nós..!' (Tito 3:5), e, sim, pela grande obra de retidão realizada em nosso lugar por nosso Substituto. Nossa qualificação para a obtenção dessa retidão é o fato que somos injustos, tal como a qualificação para que um enfermo receba cuidados médicos é que ele esteja doente.
Sobre alguma bondade anterior, como base para o recebimento do perdão, o Evangelho faz total silêncio. Os apóstolos jamais aludiram a sentimentos religiosos preliminares, como algo necessário para que recebamos a graça de Deus. Temores, perturbações, auto-indagações, amargos clamores implorando misericórdia, pressentimentos de juízo e resoluções de mudança de vida, dentro da seqüência do tempo, podem anteceder o recebimento das boas-novas de salvação por parte do pecador, mas nenhuma dessas coisas constitui a sua preparação, e nem o qualifica. Ele é bem recebido, mesmo sem qualquer dessas coisas. Elas não lhe garantem o perdão, tornando este mais gracioso ou mais gratuito. As necessidades do pecador arrependido foram os seus argumentos: "Deus, sé propício para comigo, um pecador!" Sim, ele precisava de salvação, e dirigiu-se a Deus a fim de recebê-la, e também porque Deus deleita-se em socorrer aos pobres e necessitados. Ele precisava de perdão, foi a Deus e obteve o perdão sem qualquer mérito pessoal e sem ter de pagar coisa alguma. Quando ele NADA TINHA PARA PAGAR sua dívida, Deus o perdoou gratuitamente. Foi o fato que ele nada tinha para pagar que provocou o mais franco perdão.
Ah! Isso é graça. "Nisto consiste o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou" (1 João 4:10)! Ele nos amou, mesmo quando estávamos mortos em nossos delitos. Ele nos amou, não porque fôssemos bondosos, mas por ser Ele "rico em misericórdia"; não porque fôssemos dignos de Seu favor, mas porque Ele se deleita em mostrar-se longânimo para conosco. Ele nos acolheu movido pela Sua própria graça, e não porque fôssemos dignos de ser amados. "Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei" (Mateus 11:28). Sim, Cristo convida os cansados! Esse cansaço espiritual é que capacita o pecador a vir a Cristo, o que também permite que Cristo socorra o pecador. Onde houver esse cansaço, haverá também o descanso! Esses dois aspectos são encontrados lado a lado. Talvez você diga: "Este lugar de descanso não é para mim". O quê? você quer dizer que esse descanso não se destina a você?" Ora, esse descanso não se destina aos cansados? Talvez você insista: "Mas, eu não posso fazer uso dele". O quê? Você não pode fazer uso do descanso? Você quer dizer algo como: "Estou tão cansado que nem posso sentar-me?" Se você tivesse dito: Estou tão cansado que nem posso ficar de pé, nem andar e nem subir em lugares elevados, todos lhe entenderiam. Mas, dizer alguém: "Estou tão cansado que nem posso sentar-me" exprime uma grande tolice, ou algo pior, pois estaria fazendo do ato de sentar-se uma ação meritória, dando a entender que sentar-se é fazer algo importante, que requer um longo e prodigioso esforço.
Ouçamos, pois, as graciosas palavras do Senhor: "Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede. Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva" (João 4:10). "Tu lhe pedirias, e ele te daria água viva!" Isso é tudo. Quão real, quão verdadeiro, quão gratuito; e ainda, quão simples! Ou então, escutemos a voz do servo, na pessoa de Lutero: "Oh, meu querido irmão, aprenda a conhecer a Cristo crucificado. Aprenda a entoar um novo cântico; a desistir de obras anteriores, e a clamar a Ele: Senhor Jesus, Tu és a minha retidão, e eu sou o Teu pecado. Tomaste sobre Ti o que é meu, e me deste o que é Teu. O que eu era, nisso Te tornaste, a fim de que eu me tornasse naquilo que eu não era. Cristo habita somente com os pecadores confessos. Medita com freqüência no amor de Cristo e provarás quão doce Ele é". Sim, perdão, paz, vida - todas essas coisas são dádivas. Os dons divinos, trazidos do céu pelo Filho de Deus são oferecidos pessoalmente a cada pecador necessitado pelo Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Esses dons não se destinam a ser comprados, mas recebidos; da mesma forma que os homens recebem a luz do sol, completa, garantida e gratuitamente. Esses dons não se destinam a ser merecidos por meio de esforços ou sofrimentos pessoais, por meio de orações ou lágrimas; antes, devem ser aceitos imediatamente, como aquilo que foi adquirido pelos labores e pelos sofrimentos do nosso grande Substituto. Não devemos ficar esperando por esses dons, mas eles devem ser aceitos prontamente, sem qualquer hesitação ou falta de confiança, da mesma forma que os homens aceitam os presentes de amor de algum amigo generoso. E também não devem ser reivindicados com base na aptidão ou na bondade, mas antes, por causa da necessidade e indignidade da pobreza e do vazio espirituais. 


por:  Horatius Bonar





Em que crê um calvinista.


Em que crê um calvinista.
Há, nas Escrituras Sagradas, uma demanda por transparência e definição! O profeta deve apresentar a visão de modo que até o corredor possa lê-la – em plena corrida! (Hc 2.2). Nossa palavra deve ser sim, sim! ou não, não! – sob pena de nos alinharmos com uma fonte maligna de informação (Mt 5.37). E existe um clamor por definição ainda no finalzinho da última profecia (Ap 22.11). Mesmo no início da Bíblia, já existe ordenação para evitar a confusão (Dt 22.5) – com a qual, aliás, Deus não se identifica (I Co 14.33).
Não costumo usar os termos calvinista e calvinismo, quando prego. A razão é simples: não é, geralmente, necessário. Refiro-me ao Evangelho e, pra mim e alguns outros (Charles Spurgeon, inclusive), dá no mesmo.
No entanto, às vezes, por motivo de clareza e compreensão, precisamos usar expressões histórica e teologicamente consagradas. Elas não definem o nosso time, a equipe à qual pertencemos. Definem, com mais precisão, nossa persuasão teológica.
Há professores de seminário que são pastores de igreja. Alguns deles ensinam uma coisa na Academia e outra no púlpito. Não dá pra saber o que eles realmente creem. Tivemos em nossa igreja um seminarista que relatou, atordoado, a confissão de um de seus professores de que não cria que houvesse alguém ouvindo nossas orações. O jovem interpelou o mestre, após a aula, e perguntou por que, então, o professor ainda orava. A resposta: “Por causa da angústia humana!”
Outros professores negam, em classe, o relato da Criação, a existência de personagens bíblicos, a autoria apostólica dessa ou daquela epístola. Tudo supostamente apoiado em estudos científicos, pesquisas mais profundas, etc, etc, etc. Só não têm a coragem de dizer a mesma coisa nos púlpitos de suas igrejas: o “povão” costuma ser mais conservador e alguém poderia perder o “emprego”. Okay, conheço toda aquela conversa sobre Academia e Igreja e a diferença entre elas. Mas estamos falando da imutável Palavra de Deus – ou, caso contrário, da palavra de deus nenhum! E estamos falando da formação de ministros da Palavra – ou, caso contrário, apenas de profissionais eclesiásticos.
Algumas vezes, sendo indagado por algum irmão sobre minha fé, percebo que ele ou ela não sabe em que crê um calvinista. Por isso, aqui vão umas poucas dicas:
- um calvinista crê que a Bíblia é a Palavra de Deus;
- crê que o ser humano precisa ser salvo de seus próprios pecados e da ira de Deus – mais do que de qualquer outra coisa;
- crê que somente o Evangelho da graça de Deus, que apresenta Cristo na cruz, pode salvar o pecador;
- crê que o Espírito de Deus é quem regenera o pecador, dispondo-lhe o coração para crer no Evangelho.
- crê que o pecador deve receber o Evangelho com fé e arrependimento, e viver debaixo do senhorio de Jesus Cristo em novidade de vida.
- que santidade ainda é importante, sim!
- crê na superioridade de uma cosmovisão bíblica sobre qualquer outra percepção da realidade;
- crê que a Criação existe para expressar a glória de Deus, em seu amor e bondade;
- que hoje, sobre a Criação, atuam tanto a Queda como a Redenção – de modo que nada deve ser nem aceito nem rejeitado a priori;
- que os mandados da Criação – cultural, social e espiritual – são uma ótima forma de expressar santidade no mundo, glorificando, assim, nosso Criador-Redentor;
- que a exposição, explicação e aplicação das Escrituras, por pregadores piedosos e fiéis, é a necessidade mais urgente nos púlpitos evangélicos;
- que amar as pessoas é a consequência necessária da sã doutrina;
- que amar a Deus sobre todas as coisas é a essência de nossa salvação!
Não! A predestinação não é a característica principal da doutrina calvinista. A característica principal da doutrina calvinista é a supremacia da glória soberana de Deus sobre todas as coisas!
Agora você já sabe, pelo menos um pouco, o que deve esperar desse curioso ser, o cristão calvinista. E, se você é calvinista e estava com a ênfase errada, há tempo para corrigir!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Evangelho e Evangélicos


Evangelho e Evangélicos
Quem são exatamente os evangélicos?
Parece que uma nova tempestade ou, pelo menos, um vendaval se formou recentemente ao redor do termo "evangélico". Um número crescente daqueles que identificam como evangélicos está compreendendo que nem todos crêem nas mesmas coisas, nem mesmo em relação às doutrinas essenciais. Em resposta a isso, alguns começaram a escrever manifestos que tentam reafirmar as características de uma identidade evangélica. Outros estão escrevendo livros e realizando conferências que têm como alvo recentralizar o movimento como um todo. Outros decidiram que é melhor descartar o termo e chamar a si mesmos de "pós-evangélicos".
Esse problema não é novo. Nunca foi fácil determinar quem são os evangélicos, porque o evangelicalismo sempre foi um movimento diversificado. Lutero queria que seus seguidores fossem chamados de "evangélicos", significando pessoas do evangelho (foram os seus inimigos que apelidaram seus seguidores de "luteranos"). O outro braço da Reforma também se alegrava em compartilhar da designação evangélica (os luteranos ortodoxos cunharam o termo "calvinistas" como um modo de fazerem distinção entre seu próprio ponto de vista e opiniões reformadas sobre a Ceia do Senhor). Depois, com o advento do pietismo e do avivalismo, o rótulo "evangélico" tomou muitas direções. Hoje o termo é uma designação tão ambígua que alguns historiadores julgam que a melhor definição é a de George Marsden: "Qualquer pessoa que gosta de Billy Graham".
No entanto, com um pouco de perspectiva histórica, não é difícil perceber porque essas tempestades, ou vendavais, são constantes: o evangelho está se tornando para sempre separado dos evangélicos; essa é a razão por que é tão difícil saber quem são os evangélicos.
PIETISMO E AVIVALISMO
O termo "evangélico" entrou em uso comum durante a Reforma como um esforço para esclarecer e proclamar o evangelho. Anglicanos, presbiterianos e, no Continente, os seguidores de Bucer, Calvino, Knox e Beza também gostavam do termo "reformado" porque o seu objetivo não era começar uma nova igreja ou denominação, e sim reformar a igreja histórica. Além disso, as igrejas luteranas e reformadas, apesar de suas importantes diferenças, mantiveram-se lado a lado em defender o evangelho de distorções, tanto de Roma como dos anabatistas.
O advento do pietismo e do avivalismo complicou as coisas. A princípio, o pietismo era um movimento de reforma dentro das igrejas luteranas e reformadas, estimulando uma conexão mais profunda entre a doutrina e a piedade. Por fim, o pietismo começou a se parecer cada vez mais com a espiritualidade anabatista. O avivalismo (inglês e americano) também empurrou o pietismo para longe de suas raízes reformadas.
Um preço crucial de admissão ao arraial evangélico durante o Primeiro Grande Avivamento era ser pró-avivamento. Muitos ministros luteranos e reformados eram ambivalentes quanto à própria idéia de esperar tempos de avivamento, suspeitando que ele abrigava uma opinião inferior do ministério regular da igreja. Mas no Segundo Grande Avivamento não houve questionamentos. O foco mudou de uma ênfase na obra salvadora de Deus, em Cristo, por meios dos instrumentos ordenados por Deus, para uma ênfase nas decisões e esforços humanos, por meio de métodos e "estímulos" pragmáticos. O principal personagem por trás do segundo avivamento, Charles G. Finney (1792-1875), até rejeitava a doutrina do pecado original, da expiação vicária, da justificação somente pela fé e o caráter sobrenatural do novo nascimento.
O Segundo Grande Avivamento, representado por Finney, criou um sistema de fé e prática adequado a uma nação autoconfiante. O evangelicalismo – ou seja, o protestantismo americano do final do século XVIII – foi um instrumento para inovações. Na doutrina, serviu à preferência da modernidade quanto a uma confiança na natureza e no progresso humanos. Na adoração, transformou o ministério centrado na Palavra e nas ordenanças em entretenimento e reforma social, criando o primeiro sistema de estrelas na cultura de celebridades. Na vida pública, confundiu o reino de Cristo com o reino deste mundo e imaginou que o reino de Cristo poderia ser tornado visível por meio de atividades sociais, morais e políticas dos santos. Havia pouco espaço para qualquer coisa imporante que fosse capaz de restringir o movimento, disciplinar suas celebridades empresariais ou questionar seus "avivamentos", à parte de sua freqüente publicidade de curta duração.
Em algum ponto ao longo do caminho, o evangelho se tornou separado da evangelização; a mensagem ficou subserviente aos métodos. A religião americana se tornou digna da caracterização de Dietrich Bonhoeffer: "Protestantismo sem Reforma".[i]
"Encontros extremos", comentou B. B. Warfield, no final do século XIX, a respeito dos pietistas conservadores e dos racionalistas liberais. "Os pietistas e os racionalistas têm caçado juntos, em duplas, e abrandado as suas contendas juntos. Eles podem diferir quanto a por que estimam a teologia um traste e por que não querem que um futuro ministro desperdice seu tempo em obtê-la. Um ama tanto a Deus, e o outro o amam tão pouco, que não se preocupa em conhecê-lo".[ii]
Herman Bavinck, o colega holandês de Warfield, observou: "Movimentos poderosos, como aqueles que o pietismo fez surgir na Alemanha e que o metodismo desencadeou na Inglaterra e na América, todos eles tinham em comum o fato de que mudaram o centro de gravidade do objeto da religião para o sujeito da religião. A teologia seguiu esse caminho nos sistemas produzidos por Kant, Schleiermacher e suas escolas".[iii] A ala erudita do pietismo protestante na América tendeu a ser assimilada pelo modernismo, enquanto a sua ala fundamentalista produziu uma colheita sempre nova de jovens cínicos e iludidos que achavam a outra uma mera opinião atraente. No entanto, modernistas como Harry Emerson Fosdick e fundamentalistas como Bob Jones podiam citar Finney e seu legado com afeição.
A CORRENTE REFORMADA
Entretanto, a corrente reformada do evangelicalismo americano não havia se esgotado completamente. O Princeton Antigo foi uma fonte especialmente fecunda para renovação e defesa do legado do verdadeiro evangelicalismo. Luteranos como C. F. W. Walther, presbiterianos como Archibald Alexander, congregacionalistas como Timothy Dwight, episcopais como o bispo William White e batistas como Isaac Backus podiam reconhecer uma essência de convicções reformadas que tinham em comum contra a maré crescente de infidelidade. Muito proveito resultou (e ainda resulta) da cooperação evangélica no campo missionário, nos ministérios diaconais comuns e na erudição fiel.
Clérigos como Warfield e Hodge se consideravam evangélicos no sentido distintamente reformado e se esforçaram por trazer o protestantismo americano à harmonia com essa definição. Eles também eram firmemente comprometidos e envolvidos de modo pessoal com os amplos esforços missionários nos Estados Unidos e no exterior, e isso os colocava em constante comunhão e cooperação com outros evangélicos.
Apesar disso, Warfield começava a perceber que a tensão entre opiniões competidoras da identidade evangélica tornava mais difícil o permanecer como apoiador irrestrito da causa evangélica. Em 1920, certo número de evangélicos apresentou "um plano de união das igrejas evangélicas". Warfiel avaliou o "credo" desse plano, enquanto era estudado por presbiterianos, e observou que a nova confissão proposta "não contém nada que não seja crido pelos evangélicos", mas "não contém nada que não seja crido... pelos adeptos da Igreja de Roma". Ele escreveu:
Não há nada sobre a justificação pela fé neste credo. E isso significa que todos os ganhos obtidos naquele grande movimento religioso que chamamos de Reforma são lançados pela janela... Não há nada a respeito da expiação no sangue de Cristo neste credo. E isso significa que todo o ganho da longa busca medieval pela verdade é lançado sumariamente fora... Não há nada sobre o pecado e a graça neste credo... Não precisamos mais confessar nossos pecados; não precisamos reconhecer a existência de tal coisa. Precisamos crer no Espírito Santo somente como "guia e consolador" – os racionalistas não fazem o mesmo? E isso significa que todo o ganho que o mundo inteiro obteve dos intensos conflitos de Agostinho é lançado fora juntamente com as outras coisas... Também é verdade que os ganhos obtidos dos debates que ocuparam a primeira era da igreja cristã, por meio dos quais atingimos o entendimento das verdades fundamentais da Trindade e da deidade de Cristo, são lançados fora por este credo. Não há Trindade neste credo; não há deidade de Cristo – ou do Espírito Santo.[iv]
Se a justificação pela fé é o âmago do evangelho, Warfield questionou, como podem "os evangélicos" omiti-la de sua confissão de fé comum? Ele perguntou: "Este é o tipo de credo que o presbiterianismo do século XX acha suficiente como base para cooperação nas atividades evangelísticas? Então, ele pode prosseguir suas atividades evangelísticas sem o evangelho, pois este credo nega completamente o evangelho". De novo, o evangelho se separara dos evangélicos. "Comunhão é uma palavra excelente", concluiu Warfield, "e um grande dever. Mas a nossa comunhão, de acordo com Paulo, tem de ser no ‘progresso do evangelho’".[v]
O diagnóstico do cristianismo americano oferecido por Dietrich Bonhoeffer ("Protestantismo sem Reforma"), depois de sua viagem para preleções nos Estados Unidos, parece vindicado. Ele escreveu:
Deus não tem dado qualquer reforma ao cristianismo americano. Ele lhe deu fortes pregadores avivalistas, clérigos e teólogos, mas nenhuma reforma da igreja de Jesus Cristo por meio da Palavra de Deus... A teologia americana e a igreja americana como um todo não têm sido capazes de entender o significado do "cristicismo" pela Palavra de Deus e de tudo que isso significa. Eles não entendem que o "criticismo" de Deus toca até a religião, a cristandade da igreja e a santificação dos cristãos e que Deus fundou a sua igreja acima da religião e da ética... Na teologia americana, o cristianismo é essencialmente religião e ética... Por causa disso, a pessoa e a obra de Cristo foram, quanto à teologia, colocados em segundo plano e permanecem mal entendidos, porque não são reconhecidos como o único fundamento do juízo radical e do perdão radical".[vi]
ONDE ESTÁ O EVANGELICALISMO HOJE?
Hoje, alguns dos maus frutos do pietismo e do avivalismo subsistem. Muitos têm por certo que aqueles que são muito interessados em doutrina são os que menos se interessam por alcançar o perdido (ou, como se diz hoje, "os sem-igreja"). Os evangélicos são freqüentemente desafiados a escolher entre tradicional e missional, dois campos que são descritos tipicamente como nada mais do que caricaturas. Os primeiros evangélicos se reuniam, simultaneamente, ao redor de manter o evangelho correto e de anunciá-lo, mas hoje a coalizão é definida, cada vez mais, por seu estilo ("contemporâneo" versus "tradicional"), sua política ("conservadorismo compassivo" ou a mais nova redescoberta de raízes progressistas avivalistas) e suas principais estrelas musicais, e não por suas convicções a respeito de Deus, da humanidade, da salvação, do propósito da história e do julgamento final.
Entendo que nem todos esses "credos" são hoje tão minimalísticos como aquele que Warfield avaliou. E o evangelicalismo americano não tem permanecido sem os seus defensores da fé. Em sua declaração de fé, a Associação Nacional de Evangélicos afirma a Trindade, a deidade de Cristo, "a morte vicária e expiatória, por meio do derramamento do sangue de Cristo", e a necessidade de renascimento espiritual. Contudo, ali não há nenhuma menção da justificação – o artigo sobre o qual uma igreja se mantém de pé ou cai –, e a única convicção concernente à igreja é a crença em "uma unidade espiritual de crentes no Senhor Jesus Cristo". O batismo e a Ceia do Senhor não são nem mencionados.
Ironicamente, a genuína fé evangélica se encontra com freqüência fora do movimento evangélico e dentro do evangelicalismo ela é contestada em muitas frentes. Tem se tornado cada vez mais comum os evangélicos questionarem a autoridade (e não menos a suficiência) da Escritura e as doutrinas básicas em torno das quais evangélicos de diferentes segmentos eram capazes de se unir. De acordo com cada grande pesquisa que tenho visto, a maioria dos evangélicos americanos desconhece muitas das verdades básicas do cristianismo. Em vez disso, há um amplo "deísmo moralista e terapêutico", como comprovou o sociólogo Christian Smith. O fato de que pessoas que crescem em igrejas evangélicas provavelmente – e, em alguns estudos, mais provavelmente – aceitarão esse tipo de espiritualidade amorfa, deixando de lado os credos cristãos, pode fazer você perguntar o que há de "evangélico" no "evangelicalismo". O evangelho abandonou os evangélicos?
Ao mesmo tempo, encontramos freqüentemente cativantes defesas do cristianismo histórico, incluindo as percepções da Reforma, procedentes daquelas que poderiam parecer as fontes mais improváveis.
UM PARQUE TRANQÜILO
Por tudo isso, ainda estou convencido de que há um lugar para sermos "evangélicos". Por quê? Em palavras simples, porque ainda temos o evangelho. Em minha opinião, o evangelicalismo serve melhor como um parque tranqüilo, à semelhança dos parques públicos no centro das cidades da antiga Nova Inglaterra, para todos os que afirmam este evangelho. É um lugar em que os cristãos de igrejas diferentes se encontram para discutir o que têm em comum, bem como as suas diferenças. Ajudam um ao outro a se manterem honestos.
Em sua fase presente, a igreja é um povo peregrino. Acho que a confissão reformada é o mais fiel resumo dos ensinos da Bíblia. Contudo, a minha fé é fortalecida por encontrar-me com cristãos de tradições diferentes que me desafiam a pensar mais profunda e completamente a respeito das ênfases que tenho perdido.
Esse lugar tranqüilo também provê uma área comum na qual os cristãos podem testemunhar aos não-cristãos a esperança que compartilham e um espaço comum no qual nossos vizinhos de determinada comunidade podem ser servidos pelo amor cristão. O perigo surge quando o parque se torna dominado por uma atmosfera quase pelagiana e, confiando em si mesmo, imagina que sua Grande Tenda é a catedral que reduz as igrejas ali estabelecidas a simples capela

Michael Horton

 Michael Horton obteve seu B.A pelo, Biola University; seu mestrado pelo Westminster Seminary California e seu Ph.D pela University of Coventry e Wycliffe Hall, Oxford. É presidente do White Horse Media, Professor de teologia e apologética no Westminster Theological Seminary na Califórnia, nos EUA e editor chefe da revista Modern Reformation. É autor de vinte livros, sendo que vários já foram publicados em português.
Traduzido por: Pr. Wellington Ferreira

Revisado por: Tiago Santos

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Traduzido do original em inglês: Who Exactely are the evangelicals?
Publicado por 9Marks.