quinta-feira, 26 de abril de 2012

Mas quem ouve estas minhas palavras e não as praticam é como o insensato que construiu a sua casa sobre a areia Mateus, 7.26 Estas palavras de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo não é desconhecida da maioria dos cristãos, no entanto, como as que vêm em seguida, são palavras ignoradas pela maioria dos membros de nossas igrejas. Nesta passagem, Mateus, 7.24-27, Jesus ilustra como será a vida de uma pessoa dependendo da atitude que esta tenha para com a sua Palavra. Se alguém ouve suas palavras a as praticam, esta pessoa terá um coração inabalável diante das adversidades da vida. Por outro lado, se alguém ouve suas palavras, mas não as praticam, esta pessoa terá um coração fragilizado e impotente para enfrentar os dissabores que esta vida apresenta a todos os indivíduos que passam por este mundo. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande sua queda. Mt. 7.27 As tempestades da vida não deixam de investir contra nossa casa; Às vezes é um problema financeiro, de relacionamento, saúde ou mesmo uma crise espiritual. Coisas estas que são comuns a todo ser humano, mas apenas aquele que ouve e põe em prática a Palavra de Deus poderá superar estes problemas sem prejuízos. Estas pessoas não se deixam abater diante de tais situações, pois sabem muito bem quem estar ao seu lado para defendê-la e sustentá-la diante de quaisquer circunstâncias: Jesus, o bom Pastor. Antonio Luis - Pr.

terça-feira, 17 de abril de 2012

A Finalidade da Cruz

"Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim..."
(Gl 2.19b-20).

A ilusão do "símbolo" do cristianismo

Os elementos anticristãos do mundo secular dariam tudo para conseguir eliminar manifestações públicas da cruz. Ainda assim, ela é vista no topo das torres de dezenas de milhares de igrejas, nas procissões, sendo freqüentemente feita de ouro e até ornada com pedras preciosas. A cruz, entretanto, é exibida mais como uma peça de bijuteria ao redor do pescoço ou pendurada numa orelha do que qualquer outra coisa. É preciso perguntarmos através de que tipo estranho de alquimia a rude cruz, manchada do sangue de Cristo, sobre a qual Ele sofreu e morreu pelos nossos pecados se tornou tão limpa, tão glamourizada.

Não importa como ela for exibida, seja até mesmo como joalheria ou como pichação, a cruz é universalmente reconhecida como símbolo do cristianismo – e é aí que reside o grave problema. A própria cruz, em lugar do que nela aconteceu há 19 séculos, se tornou o centro da atenção, resultando em vários erros graves. O próprio formato, embora concebido por pagãos cruéis para punir criminosos, tem se tornado sacro e misteriosamente imbuído de propriedades mágicas, alimentando a ilusão de que a própria exibição da cruz, de alguma forma, garante proteção divina. Milhões, por superstição, levam uma cruz pendurada ao pescoço ou a tem em suas casas, ou fazem "o sinal da cruz" para repelir o mal e afugentar demônios. Os demônios temem a Cristo, não uma cruz; e qualquer um que não foi crucificado juntamente com Ele, exibe a cruz em vão.

A "palavra da cruz": poder de Deus

Paulo afirmou que a "palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus" (1 Co 1.18). Assim sendo, o poder da cruz não reside na sua exibição, mas sim na sua pregação; e essa mensagem nada tem a ver com o formato peculiar da cruz, e sim com a morte de Cristo sobre ela, como declara o evangelho. O evangelho é "o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê" (Rm 1.16), e não para aqueles que usam ou exibem, ou até fazem o sinal da cruz.

O que é esse evangelho que salva? Paulo afirma explicitamente: "venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei... por ele também sois salvos... que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras" (1 Co 15.1-4). Para muitos, choca o fato do evangelho não incluir a menção de uma cruz. Por quê? Porque a cruz não era essencial à nossa salvação. Cristo tinha que ser crucificado para cumprir a profecia relacionada à forma de morte do Messias (Sl 22), não porque a cruz em si tinha alguma ligação com nossa redenção. O imprescindível era o derramamento do sangue de Cristo em Sua morte como prenunciado nos sacrifícios do Antigo Testamento, pois "sem derramamento de sangue não há remissão" (Hb 9.22); "é o sangue que fará expiação em virtude da vida" (Lv 17.11).

Não dizemos isso para afirmar que a cruz em si é insignificante. O fato de Cristo ter sido pregado numa cruz revela a horripilante intensidade da maldade inata ao coração de cada ser humano. Ser pregado despido numa cruz e ser exibido publicamente, morrer lentamente entre zombarias e escárnios, era a morte mais torturantemente dolorosa e humilhante que poderia ser imaginada. E foi exatamente isso que o insignificante ser humano fez ao seu Criador! Nós precisamos cair com o rosto em terra, tomados de horror, em profundo arrependimento, dominados pela vergonha, pois não foram somente a turba sedenta de sangue e os soldados zombeteiros que O pregaram à cruz, mas sim nossos pecados!

A cruz revela a malignidade do homem e o amor de Deus

Assim sendo, a cruz revela, pela eternidade adentro, a terrível verdade de que, abaixo da bonita fachada de cultura e educação, o coração humano é "enganoso... mais do que todas as cousas, e desesperadamente corrupto" (Jr 17.9), capaz de executar o mal muito além de nossa compreensão, até mesmo contra o Deus que o criou e amou, e que pacientemente o supre. Será que alguém duvida da corrupção, da maldade de seu próprio coração? Que tal pessoa olhe para a cruz e recue dando uma reviravolta, a partir de seu ser mais interior! Não é à toa que o humanista orgulhoso odeia a cruz!

Ao mesmo tempo que a cruz revela a malignidade do coração humano, entretanto, ela revela a bondade, a misericórdia e o amor de Deus de uma maneira que nenhuma outra coisa seria capaz. Em contraste com esse mal indescritível, com esse ódio diabólico a Ele dirigido, o Senhor da glória, que poderia destruir a terra e tudo o que nela há com uma simples palavra, permitiu-se ser zombado, injuriado, açoitado e pregado àquela cruz! Cristo "a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz" (Fp 2.8). Enquanto o homem fazia o pior, Deus respondia com amor, não apenas Se entregando a Seus carrascos, mas carregando nossos pecados e recebendo o castigo que nós justamente merecíamos.

A cruz prova que existe perdão para o pior dos pecados

Existe, ainda, um outro sério problema com o símbolo, e especialmente o crucifixo católico que exibe um Cristo perpetuamente pendurado na cruz, assim como o faz a missa. A ênfase está sobre o sofrimento físico de Cristo como se isso tivesse pago os nossos pecados. Pelo contrário, isso foi o que o homem fez a Ele e só podia nos condenar a todos. Nossa redenção aconteceu através do fato de que Ele foi ferido por Jeová e "sua alma [foi dada] como oferta pelo pecado" (Is 53.10); Deus fez "cair sobre ele a iniqüidade de nós todos" (Is 53.6); e "carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados" (1 Pe 2.24).

A morte de Cristo é uma evidência irrefutável de que Deus precisa, em Sua justiça, punir o pecado, que a penalidade precisa ser paga, caso contrário não pode haver perdão. O fato de que o Filho de Deus teve que suportar a cruz, mesmo depois de ter clamado a Seu Pai ao contemplar em agonia o carregar de nossos pecados ["Se possível, passe de mim este cálice!" (Mt 26.39)], é prova de que não havia outra forma de o ser humano ser redimido. Quando Cristo, o perfeito homem, sem pecado e amado de Seu Pai, tomou nosso lugar, o juízo de Deus caiu sobre Ele em toda sua fúria. Qual deve ser, então, o juízo sobre os que rejeitam a Cristo e se recusam a receber o perdão oferecido por Ele! Precisamos preveni-los!

Ao mesmo tempo e no mesmo fôlego que fazemos soar o alarme quanto ao julgamento que está por vir, precisamos também proclamar as boas notícias de que a redenção já foi providenciada e que o perdão de Deus é oferecido ao mais vil dos pecadores. Nada mais perverso poderia ser concebido do que crucificar o próprio Deus! E ainda assim, foi estando na cruz que Cristo, em seu infinito amor e misericórdia, orou: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lc 23.34). Assim sendo, a cruz também prova que existe perdão para o pior dos pecados, e para o pior dos pecadores.

Cuidado: não anule a cruz de Cristo!

A grande maioria da humanidade, entretanto, tragicamente rejeita a Cristo. E é aqui que enfrentamos outro perigo: é que em nosso sincero desejo de vermos almas salvas, acabamos adaptando a mensagem da cruz para evitar ofender o mundo. Paulo nos alertou para tomarmos cuidado no sentido de não pregar a cruz "com sabedoria de palavra, para que se não anule a cruz de Cristo" (1 Co 1.17). Muitos pensam: "É claro que o evangelho pode ser apresentado de uma forma nova, mais atraente do que o fizeram os pregadores de antigamente. Quem sabe, as técnicas modernas de embalagem e vendas poderiam ser usadas para vestir a cruz numa música ou num ritmo, ou numa apresentação atraente assim como o mundo comumente faz, de forma a dar ao evangelho uma nova relevância ou, pelo menos, um sentido de familiaridade. Quem sabe poder-se-ia lançar mão da psicologia, também, para que a abordagem fosse mais positiva. Não confrontemos pecadores com seu pecado e com o lado sombrio da condenação do juízo vindouro, mas expliquemos a eles que o comportamento deles não é, na verdade, culpa deles tanto quanto é resultante dos abusos dos quais eles têm sido vitimados. Não somos todos nós vítimas? E Cristo não teria vindo para nos resgatar desse ato de sermos vitimados e de nossa baixa perspectiva de nós mesmos e para restaurar nossa auto-estima e auto-confiança? Mescle a cruz com psicologia e o mundo abrirá um caminho para nossas igrejas, enchendo-as de membros!" Assim é o neo-evangelicalismo de nossos dias.

Ao confrontar tal perversão, A. W. Tozer escreveu: "Se enxergo corretamente, a cruz do evangelicalismo popular não é a mesma cruz que a do Novo Testamento. É, sim, um ornamento novo e chamativo a ser pendurado no colo de um cristianismo seguro de si e carnal... a velha cruz matou todos os homens; a nova cruz os entretêm. A velha cruz condenou; a nova cruz diverte. A velha cruz destruiu a confiança na carne; a nova cruz promove a confiança na carne... A carne, sorridente e confiante, prega e canta a respeito da cruz; perante a cruz ela se curva e para a cruz ela aponta através de um melodrama cuidadosamente encenado – mas sobre a cruz ela não haverá de morrer, e teimosamente se recusa a carregar a reprovação da cruz."

A cruz é o lugar onde nós morremos em Cristo

Eis o "x" da questão. O evangelho foi concebido para fazer com o eu aquilo que a cruz fazia com aqueles que nela eram postos: matar completamente. Essa é a boa notícia na qual Paulo exultava: "Estou crucificado com Cristo". A cruz não é uma saída de incêndio pela qual escapamos do inferno para o céu, mas é um lugar onde nós morremos em Cristo. É só então que podemos experimentar "o poder da sua ressurreição" (Fp 3.10), pois apenas mortos podem ser ressuscitados. Que alegria isso traz para aqueles que há tempo anelam escapar do mal de seus próprios corações e vidas; e que fanatismo isso aparenta ser para aqueles que desejam se apegar ao eu e que, portanto, pregam o evangelho que Tozer chamou de "nova cruz".

Paulo declarou que, em Cristo, o crente está crucificado para o mundo e o mundo para ele (Gl 6.14). É linguagem bem forte! Este mundo odiou e crucificou o Senhor a quem nós amamos – e, através desse ato, crucificou a nós também. Nós assumimos uma posição com Cristo. Que o mundo faça conosco o que fez com Ele, se assim quiser, mas fato é que jamais nos associaremos ao mundo em suas concupiscências e ambições egoístas, em seus padrões perversos, em sua determinação orgulhosa de construir uma utopia sem Deus e em seu desprezo pela eternidade.

Crer em Cristo pressupõe admitir que a morte que Ele suportou em nosso lugar era exatamente o que merecíamos. Quando Cristo morreu, portanto, nós morremos nEle: "...julgando nós isto: um morreu por todos, logo todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou" (2 Co 5.14-15).

"Mas eu não estou morto", é a reação veemente. "O eu ainda está bem vivo." Paulo também reconheceu isso: "...não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço" (Rm 7.19). Então, o que é que "estou crucificado com Cristo" realmente significa na vida diária? Não significa que estamos automaticamente "mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus" (Rm 6.11). Ainda possuímos uma vontade e ainda temos escolhas a fazer.

O poder sobre o pecado

Então, qual é o poder que o cristão tem sobre o pecado que o budista ou o bom moralista não possui? Primeiramente, temos paz com Deus "pelo sangue da sua cruz" (Cl 1.20). A penalidade foi paga por completo; assim sendo, nós não tentamos mais viver uma vida reta por causa do medo de, de outra sorte, sermos condenados, mas sim por amor Àquele que nos salvou. "Nós amamos porque ele nos amou primeiro" (1 Jo 4.19); e o amor leva quem ama a agradar o Amado, não importa o preço. "Se alguém me ama, guardará a minha palavra" (Jo 14.23), disse o nosso Senhor. Quanto mais contemplamos a cruz e meditamos acerca do preço que nosso Senhor pagou por nossa redenção, mais haveremos de amá-lO; e quanto mais O amarmos, mais desejaremos agradá-lO.

Em segundo lugar, ao invés de "dar duro" para vencer o pecado, aceitamos pela fé que morremos em Cristo. Homens mortos não podem ser tentados. Nossa fé não está colocada em nossa capacidade de agirmos como pessoas crucificadas mas sim no fato de que Cristo foi crucificado de uma vez por todas, em pagamento completo por nossos pecados.

Em terceiro lugar, depois de declarar que estava "crucificado com Cristo", Paulo acrescentou: "logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim" (Gl 2.20). O justo "viverá por fé" (Rm 1.17; Gl 3.11; Hb 10.38) em Cristo; mas o não-crente só pode colocar sua fé em si mesmo ou em algum programa de auto-ajuda, ou ainda num guru desses bem esquisitos.

A missa: negação da suficiência da obra de Cristo na cruz

Tristemente, a fé católica não está posta na redenção realizada por Cristo de uma vez para sempre na cruz, mas na missa, que, alegadamente, é o mesmo sacrifício como o que foi feito na cruz, e confere perdão e nova vida cada vez que é repetida. Reivindica-se que o sacerdote transforma a hóstia e o vinho no corpo literal e no sangue literal de Cristo, fazendo com que o sacrifício de Cristo esteja perpetuamente presente. Mas não há como trazer um evento passado ao presente. Além do mais, se o evento passado cumpriu seu propósito, não há motivo para querer perpetuá-lo no presente, mesmo que pudesse ser feito. Se um benfeitor, por exemplo, paga ao credor uma dívida que alguém tem, a dívida sumiu para sempre. Seria sem sentido falar-se em reapresentá-la ou reordená-la ou perpetuar seu pagamento no presente. Poder-se-ia lembrar com gratidão que o pagamento já foi feito, mas a reapresentação da dívida não teria valor ou sentido uma vez que já não existe dívida a ser paga.

Quando Cristo morreu, Ele exclamou em triunfo: "Está consumado" (Jo 19.30), usando uma expressão que, no grego, significa que a dívida havia sido quitada totalmente. Entretanto, o novo Catecismo da Igreja Católica diz: "Como sacrifício, a Eucaristia é oferecida como reparação pelos pecados dos vivos e dos mortos, e para obter benefícios espirituais e temporais de Deus" (parágrafo 1414, p. 356). Isso equivale a continuar a pagar prestações de uma dívida que já foi plenamente quitada. A missa é uma negação da suficiência do pagamento que Cristo fez pelo pecado sobre a cruz! O católico vive na incerteza de quantas missas ainda serão necessárias para fazê-lo chegar ao céu.

Segurança para o presente e para toda a eternidade

Muitos protestantes vivem em incerteza semelhante, com medo de que tudo será perdido se eles falharem em viver uma vida suficientemente boa, ou se perderem sua fé, ou se voltarem as costas a Cristo. Existe uma finalidade abençoada da cruz que nos livra dessa insegurança. Cristo jamais precisará ser novamente crucificado; nem os que "foram crucificados com Cristo" ser "descrucificados" e aí "recrucificados"! Paulo declarou: "porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus" (Cl 3.3). Que segurança para o presente e para toda a eternidade!
(Dave Hunt – TBC 10/95 – traduzido por Eros Pasquini, Jr.)

segunda-feira, 9 de abril de 2012

... e Este crucificado - I Co.1.17-25

Qualquer cristão sincero que deseja ter uma vida agradável diante de Deus, não deixa de ter certa inquietação diante da realidade evangélica de nossos dias. Existem dezenas de grupos evangélicos, sem falar de alguns grupos religiosos que há séculos vem deturpando a mensagem do evangelho, que proclamam mensagens e ensinamentos dos mais diversos possíveis. Como fruto disso, temos uma geração confusa, e às vezes, até alguns irmãos são afetados com tudo isso depositando sua fé e confiança em ensinamentos ou fundamentos que não refletem a verdade do Evangelho. Paulo, sem dúvida alguma, foi um dos apóstolos que mais contribuiu com a teologia cristã. Com seu ministério voltado para os gentios (Gálatas, 2.7) ele teve que lidar com várias questões relacionadas à salvação. Sendo assim ele discorreu sobre vários assuntos teológicos. No entanto, embora discorresse sobre várias questões teológicas Paulo fez questão de deixar claro que, como ministro do evangelho, sua mensagem tinha um fundamento definido; Cristo crucificado (I Coríntios, 1.23; 2.2). Mas em que consistia a mensagem da cruz, visto que o apóstolo cuidava para que a mensagem da cruz não fosse esvaziada (I Coríntios, 1.17)? Por que, como Paulo declarou, havia muitos que viviam como inimigos da cruz de Cristo (Filipenses, 3.18)? E por que a cruz de Cristo atraia, muitas vezes, a perseguição (Gálatas, 6.12)? A MENSAGEM DA CRUZ A intenção principal do apóstolo Paulo em enfatizar que seu ministério tinha como fundamento Cristo crucificado, ou a mensagem da cruz é resguardar a igreja de um problema muito sério e sutil, o qual põe em risco a boa saúde da igreja. Partindo de uma das principais passagens onde o apóstolo aborda este tema (I Co, 1 e 2) podemos vê-lo combatendo algo que pode ser considerado como um tipo de semente do humanismo; a tendência de se supervalorizar a sabedoria, a força ou capacidade humana, e até mesmo os próprios interesses humanos. A idéia principal aqui fica evidente pela forte ênfase no contraste entre a sabedoria humana e a sabedoria de Deus. Em primeiro lugar vemos a declaração divina; destruirei a sabedoria dos sábios e destruirei a inteligência dos inteligentes (1.19). E o apóstolo prossegue; onde está o sábio? Onde está o questionador desta era?Acaso não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo (v.20)? No entanto apenas um grupo de pessoas pode perceber esta realidade: os cristãos. Pois o restante da humanidade continua na tentativa de conhecer a Deus através de seus próprios recursos e ou esforços. Alguns têm feito a tentativa de conhecer a Deus por meio da sabedoria humana (v.21), por outro lado há um grupo de pessoas que fincando os pés em uma atitude do tipo existencialista ou de pragmatismo religioso exige a realização de milagres para poder acreditar ou confiar na Palavra de Deus. O apóstolo, porém, está decidido a não muda a ênfase ou conteúdo de sua pregação; a mensagem da cruz, o Cristo crucificado. O desviar-se deste foco, no contexto de Paulo, tinha algumas implicações para a igreja. Em nosso contexto, porém, creio que as implicações multiplicaram-se....... Pr.- Antonio Luis -

terça-feira, 3 de abril de 2012

Como alcançar a vitória

Como ajudar um novo crente que se encontra enredado pelo pecado a alcançar a vitória? Como poderíamos orientá-lo sob a perspectiva bíblica a ter uma vida abundante e consagrada ao Senhor, livrando-se das garras do pecado que o prende e oprime sob o peso da culpa? Iniciando, chamaria sua atenção para o versículo um (Rm. 8.1), onde o apóstolo declara; Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus, porque por meio de Cristo Jesus a lei do Espírito de vida me libertou da lei do pecado e da morte. Pelo fato de agora desfrutarmos de uma nova esfera de vida (estamos em Cristo), tendo sido regenerados pela Palavra de Deus, e por estarmos ligados a Cristo, através de nossa união com Ele tanto em sua morte como em sua vida (Rm, 6.3,4), podemos confiar plenamente que fazemos parte do grupo para o qual já não há condenação. Esta verdade se fundamenta nos fatos apresentados nos capítulos anteriores (Romanos 6 e 7). Primeiro devemos atenta para as palavras do apóstolo Paulo, o qual afirma que; todos nós, que fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados em sua morte (...), e, se dessa forma fomos unidos a ele na semelhança da sua morte, certamente o seremos também na semelhança da sua ressurreição (6.3,5). Explicaria a ele que nos capítulos anteriores o apóstolo Paulo nos mostra que o pecado já não tem mais domínio sobre nós, pois somos justificados gratuitamente por meio da fé em Cristo Jesus e não através de nossos esforços em cumprir as “justas exigências” da Lei. E isso não se dá por questões “simples”, mas, pelo fato de que Cristo Jesus cumpriu as “justas exigências da Lei” em nosso lugar e, todo aquele que está em Cristo desfruta dos benefícios conquistados por sua obediência; a justificação. Portanto, de agora em diante devemos desenvolver um estilo de vida orientado pelo Espírito Santo. Precisamos direcionar nosso coração para Cristo, com quem temos agora um vínculo muito especial (Rm, 6.3-5). Não estamos mais debaixo da condenação da Lei, pois o nosso velho eu já foi crucificado com Cristo, e a vida que agora vivemos não se baseia em padrões humanos nem na obediência à Lei (pois com certeza falhamos neste quesito), mas na fé no bendito Filho de Deus. Desenvolvemos agora um estilo de vida agradável a Deus não pelo fato de estarmos preocupados com a condenação advinda da desobediência à Lei, mas, porque o Espírito Santo agora habita em nós. E é por causa desta verdade que conseguimos agradar a Deus (8.5-9). Temos a mente inclinada para as coisas do Espírito porque vivemos de acordo com o Espírito. E, é Este que nos leva a desenvolver um estilo de vida agradável ao nosso Deus e Pai. Cada vez que tentarmos desenvolver uma vida agradável a Deus por nosso próprio esforço em obedecer a Lei, a única coisa que conseguiremos, se formos sinceros em admitir, é uma verdadeira crise espiritual, onde nossa mente e coração estarão continuamente nos condenando, pois estes sabem claramente da total impossibilidade de cumprirmos as justas exigências da Lei. Mas, por outro lado, se nos mantivermos firmes na graça de Cristo, crendo de fato na Escritura Sagrada, como ela mesma afirma, contamos com a intercessão do Espírito Santo, o qual nos ajuda em nossas fraquezas. Ele também estará confortando nosso coração, testemunhando com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Estas verdades fortalecem qualquer crente que realmente experimentou um novo nascimento pela Palavra de Deus. Portanto, precisamos ter sempre em mente as palavras de nosso Senhor Jesus Cristo que diz; Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. Nenhum ramo pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Vocês também não podem dar fruto, se não permanecerem em mim [João 15:4]. Isso é o que nos ensina Romanos 8. Só podemos ter uma vida vitoriosa contra o pecado, uma vida frutífera para nosso Senhor Jesus Cristo, se de fato crermos e nos apegarmos à sua graça, confiando e contando com a ajuda do Espírito Santo em nossas fraquezas. Antonio Luis - Pr.

Romanos 3.21-26

Romanos 3.21-26 Depois de discorrer acerca da situação da humanidade diante de Deus descrevendo o caráter e as atitudes das pessoas que suprimem a verdade de Deus pela injustiça, atraindo assim a ira de Deus sobre si mesma (1.18-32), e, em seguida, de expor o fato de que toda a humanidade encontra-se sob o juízo de Deus (3.19), Paulo, agora, passa a aponta a única solução para o problema da humanidade; a justiça de Deus. Embora esta justiça já houvesse sido aplicada na vida de outras pessoas no passado (4.3,6-8), agora ela tem sido revelada e aplicada na vida de todo aquele que crê em Jesus Cristo (3.22). Nesta passagem o apóstolo faz algumas descrições dessa justiça: i) É uma justiça que provem de Deus (3.21a); ii) É uma justiça que independe da Lei (3.21b); iii) É uma justiça da qual testemunha a Lei e os Profetas (3.21c); iv) É uma justiça obtida mediante a fé em Jesus Cristo (3.22a); v) É uma justiça estendida a todos os que crêem (3.22b); vi) É uma justiça concedida pela graça de Deus (3.24). Como podemos ver, além de demonstrar que esta justiça é de origem divina, e que se encontra firmemente fundamentada na Escritura Sagrada, Paulo deixa claro que ela é fruto tão somente da graça e misericórdia de Deus, excluindo assim qualquer possibilidade do justificado se vangloriar. A aplicação pessoal é que eu posso descansar nessa verdade (sou justificado), sabendo da origem, caráter e instrumento desta justificação, e, portanto, que não tenho o mínimo motivo de me vangloriar. Ao mesmo tempo tenho motivos de sobra para dedicar minha vida em gratidão a Deus por tão maravilhoso DOM. Antonio Luis - Pr.