sexta-feira, 30 de março de 2012

DESENVOLVIMENTO DO ARGUMENTO DE PAULO EM ROMANOS

DESENVOLVIMENTO DO ARGUMENTO DE PAULO EM ROMANOS.

O desenvolvimento do argumento do apóstolo Paulo em sua epístola aos romanos necessariamente está vinculado ao tema da mesma, o qual aparece, de maneira mais enfática em 1.17. “A justiça de Deus é revelada no evangelho”. A partir deste tema, o apóstolo desenvolve sua abordagem acerca da justificação, a qual só pode ser alcançada mediante a fé em Cristo Jesus.
O desenvolvimento do argumento do apóstolo pode ser esboçado da seguinte maneira:
Saudação: O tema da epístola - (1.1-17).
Desde os primeiros versículos de Romanos, Paulo já chama a atenção dos leitores para o evangelho de Deus (1.1). Mesmo em sua saudação aos irmãos este evangelho é mencionado várias vezes (1.1,9,15,16,17).
A necessidade do homem é destacada: Condenação (1.18-3.20).
Depois de sua saudação o apóstolo estabelece o primeiro ponto principal; todas as pessoas, tanto judeus quanto gregos, são pecadores, e, portanto, passiveis de condenação.
A provisão divina: Jesus Cristo - (3.21-26).
Em seguida, depois de destacar a real situação da humanidade, Paulo apresenta a provisão divina; Jesus Cristo. Embora a situação do homem fosse desesperadora, pelo fato de ele está completamente alienado de Deus (3.9-18,23), o Senhor lhe oferece uma esperança viva. Cristo é a única e viva esperança para livrar o homem pecador da ira divina. O pecador pode ser justificado mediante a fé no sacrifício de Jesus Cristo. Por sua morte na cruz Ele nos livra da condenação.
O requisito para a justificação: Fé - (3.27-4.25).
Tendo apresentado o primeiro ponto principal de sua abordagem (todos os homens são pecadores irremediavelmente perdidos) e apontar a provisão de Deus para o problema do homem (justificação por meio de Jesus Cristo) o apóstolo Paulo passa a apresentar agora o requisito para se alcançar esta justificação; a fé na pessoa e obra de Cristo. Porém, deve-se observar que desde 1.22 o apóstolo já chama a atenção dos leitores para o fato de que a fá é o meio pelo qual esta justiça pode ser alcançada. No entanto, é a partir de Rm. 3.27 que ele discorre mais especificamente mostrando que o requisito para se alcança a justificação é a fé na pessoa de Cristo. Seu sacrifício, pelo qual Ele conquistou nossa justificação. Esta justificação mediante a fé é independente da Lei, embora a própria Lei testemunhe da mesma.
Até aqui Paulo mostra que o requisito para se alcançar a justificação não é a obediência à Lei e sim a fé em Cristo Jesus. E este não é um ensino estranho às Escrituras, pois o próprio Abraão e até mesmo o Rei Davi foram justificados por meio da fé e não da Lei.
O resultado da justificação: Vida nova em Cristo (5-8)
Tendo em vista que Deus agiu em favor do homem, o qual se encontrava alienado de Deus por causa do pecado, e que esta ação divina se deu, ou expressou-se através da pessoa de Cristo, o qual, através de sua morte sacrificial, se apresenta como a única e suficiente provisão de Deus para o problema do homem, Paulo agora passa a falar ou destacar o resultado destes fatos na vida de todo aquele que realmente crê e confia nestas verdades.
O resultado da obra justificadora de Deus na pessoa de seu Filho Jesus Cristo é que; “tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus” [5.1]. Esta justificação que experimentamos em Cristo, trás consigo inúmeras implicações na vida do crente. Implicações estas que enche de alegria o coração de qualquer pessoa que seja conscienciosa. A paz que o crente desfruta com Deus proporciona-lhe motivações para alegrar-se no Senhor, perseverando mesmo em meio à tribulações [5.3,4]. Visto que o crente tem motivos de gloriar-se no Senhor, ele é orientado a viver também no Senhor, já que fomos unidos a Ele tanto em sua morte quanto em sua ressurreição [6.3-5].
O apóstolo também não deixa de esclarecer que mesmo tendo sido justificado por Deus [5] e estando unido a Cristo [6], o crente ainda precisa enfrentar uma luta constante com a velha natureza caída, ou seja, embora o crente seja uma nova criatura (II Co.5.17), enquanto viver neste mundo estará lutando contra suas inclinações carnais (pecaminosas). E diante desse fato o cristão precisa entender que só conseguirá desenvolver uma vida agradável ao Senhor se confiar plenamente na graça salvadora, a qual foi manifestada em Cristo Jesus, pois os recursos que nos dispomos para lutar contra o pecado (nossos próprios esforços e conceitos) são completamente ineficazes. A natureza humana é impotente para se sustentar diante da lei, e para, por si só, lutar contra o pecado [7].
Mas, o crente pode se alegrar, pois, “agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus” (8.1), os quais não andam segundo a carne, mas, guiados pelo Espírito Santo, desenvolvem um estilo de vida agradável ao Senhor (8.4,5b). Agora somo filhos de Deus (8.14,15,16) e conseqüentemente herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo (8.17).
A resposta do crente à graça divina: Entrega e confiança (9-15)
Em seguida Paulo fala da resposta que o crente deve expressar a Deus diante de todos estes fatos. A grande misericórdia de Deus foi manifestada. Em sua soberania Deus elegeu seu povo, exercendo graça e misericórdia em favor deste [9]. Enquanto que muitos (especialmente os israelitas), pela dureza de seus próprios corações, caracterizada pela incredulidade e rebeldia, rejeitaram a justificação que Deus providenciou em Cristo [10]. Mas, ainda há um remanescente no povo de Israel [11].
Diante de tudo isto, fica evidente que todo aquele que dar uma resposta positiva à graça divina faz parte do povo eleito. E este povo, os eleitos de Deus, em sua resposta positiva à graça salvadora de nosso Senhor Jesus Cristo deve, com base na grande misericórdia de Deus, “se oferecer como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”; este é o nosso culto racional (12.1).
Esta dedicação à Deus deve ser refletida nos relacionamentos que o crente tem que travar nesta vida. Relacionamento com o estado, ou as autoridades (13.1-7), com o próximo (13.8-14) e com os irmãos, respeitando as diferenças de cada um (14,15), pois estas diferenças estão relacionadas a coisas que não são pecaminosas em si mesma.

Antonio Luis

Um comentário:

  1. Paz em Cristo Pr. Antônio. Agradeço pela visita ao Café Batista e por seguir.

    postei uma resposta no artigo ( http://cafebatista.blogspot.com.br/2012/03/os-batista-e-eleicao-incondicional.html?showComment=1333204007859#c2437255759362897492 ) em que comentou. estamos juntos na luta pela proclamação da Soberania de Deus em um tempo de liberalismo teológico.

    Att,
    José Eduardo
    Café Batista.

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