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quinta-feira, 6 de setembro de 2012
INTERPRETAÇÃO DE ROMANOS 7
Reconhecendo que o “eu” de Rm. 7 refere-se à própria pessoa do apóstolo Paulo precisamos entender agora as palavras usadas por ele na passagem, sem deixar de considerar o conflito expresso pelo apóstolo.
Como já foi destacado acima (ouro artigo), alguns comentaristas argumentam que sempre são evidenciadas características de uma pessoa regenerada (um crente) como também de uma pessoa não regenerada (um não crente) em Romanos sete. Estas características perpassam por toda a passagem paralelamente, sem transparecer ou sugerir a idéia de períodos, “o antes e o depois” da vida de uma pessoa, visto que o conflito entre o querer fazer o bem e o “não poder evitar o mal” parece acompanhar o argumento de Paulo até o versículo 24.
Atentando para o versículo sete, percebemos que o apóstolo interage com o leitor a respeito da possível conclusão equivocada que alguns podem ter tido com relação ao que ele acaba de dizer acerca da lei em Rm. 7.1-6. Paulo argumenta; Que diremos então? A Lei é pecado? De maneira nenhuma! De fato, eu não saberia o que é pecado, a não ser por meio da Lei. Pois, na realidade, eu não saberia o que é cobiça, se a Lei não dissesse: “Não cobiçarás” (Rm.7.7). Sem deixar de destacar o caráter imaculável da Lei, o apóstolo desenvolve seu argumento concernente ao efeito da Lei na vida do homem. Ao mesmo tempo em que deixa clara a impossibilidade de alguém conseguir cumprir as exigências da Lei, ele mostra que o pecado, que habita em nossa natureza humana (nossa natureza corrompida pelo pecado) é o único responsável por não conseguirmos cumprir as exigências da Lei. Embora não tenha sido dada com o propósito de salvar ou redimir o pecador, a Lei continua sendo santa justa e boa. O apóstolo faz questão de destacar o caráter santo da Lei (No versículo 12, [ - “indubitavelmente”] é a palavra usada com o objetivo de resguardar, de antemão, o caráter inatacável da lei [Fritz, 1985]). O pecado que habita em nós é quem nos impede de cumprir suas exigências. Esta verdade fica evidente pelo argumento do apóstolo no decorrer de sua discussão.
Portanto, a ênfase do apóstolo no capitulo sete de Romanos está na impotência da natureza humana diante da santidade da Lei. Paulo fala aos cristãos acerca do resultado da Lei na vida do homem, tanto na vida do não crente quanto na vida do crente. Para isso, o apóstolo toma como base sua própria experiência diante da Lei. Ele fala de sua experiência anterior à conversão (Rm.7.7-13) e a atual luta que enfrenta com relação à sua natureza humana diante da Lei, que é Santa, justa e boa (Rm.7.14-24). Conforme observado na apostila do professor, lição 10, “Paulo descreve o conflito e o transtorno interiores que ele tem experimentado como crente”. No entanto, o apóstolo não deixar de destacar sua confiança na providência divina, manifestada na pessoa de Jesus Cristo (Rm.7.25). O retrato que Paulo deixa de si mesmo na referida passagem não é o de uma pessoa escravizada pelo pecado, mas, alguém que ainda luta contra as inclinações pecaminosas da natureza humana. Luta esta que perdurará até o momento em que seremos transformados (1 Co. 15.50-58).
Se entendemos que o apóstolo Paulo era tão humano quanto qualquer um de nós, e que, mesmo liberto da escravidão do pecado e da Lei (Romanos 6 e 7), lutava contra as inclinações carnais, não temos motivos para rejeitar o fato de que ele fala a respeito de sua própria experiência em Romanos 7. O discurso de Paulo nesta passagem tem como finalidade mostrar que o crente, sempre que avalia sua vida à luz da Lei inevitavelmente perceberá a total incapacidade de cumprir suas exigências. Mesmo reconhecendo a justiça, santidade e bondade da Lei o apóstolo expõe o fato de que ela é incapaz de refrear ou vencer o pecado. “A Lei não pode vencer o pecado, porque depende da cooperação da carne, que é fraca. Aquilo que a Lei exige somente pode ser operado em nós mediante o Espírito, na base da obra de Cristo” [H. H. Esser, DITNT], e é disso que ele vai falar em Rm. 8. Por isso não podemos interpretar a passagem de Romanos sete à parte do capitulo oito.
Portanto, concluímos que em Romanos capitulo sete Paulo expressa em sua própria experiência o conflito evidenciado na vida de todo crente redimido pelo sacrifício de Jesus Cristo.
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