terça-feira, 21 de junho de 2011

Outro Evangelho

Outro Evangelho

O evangelho de Satanás não é um sistema de princípios revolucionários, nem um programa de anarquia. Não promove conflitos e guerras, mas almeja a paz e unidade. Não procura colocar a mãe contra a filha, nem o pai contra o filho, mas promove um espírito fraterno por meio do qual a raça humana é tida como uma grande “irmandade”. Não procura arrastar o homem natural ao fundo do poço, e sim melhorá-lo e enaltecê-lo. Advoga a educação, o cultivar e o apelar ao que “de melhor existe dentro de nós”. Almeja fazer deste mundo um habitat tão confortável e apropriado, que a ausência de Cristo nesse habitat não será percebida, e Deus não será necessário. O evangelho de Satanás empenha-se por ocupar o homem com muitas coisas deste mundo, de modo que ele não tem oportunidade ou disposição para pensar no mundo vindouro. Esse evangelho propaga os princípios do auto-sacrifício, caridade e benevolência, ensinando-nos a viver para o bem dos outros e sermos bondosos para com todos. Apela fortemente à mente carnal, tornando-se bastante popular entre as massas, pois ignora os fatos solenes de que o homem, por natureza, é uma criatura caída, alienada da vida de Deus, morta em delitos e pecados, e de que sua única esperança está em nascer de novo.                                                                                  A. W. Pink

Estas palavras de A. W. Pink nos leva a pensar seriamente no tipo de evangelho e/ou evangelismo predominante em nossas igrejas nos dias atuais. Se em sua época ele já detectara esse espírito materialista brotando em meio à sociedade cristã, nos dias de hoje esta é uma realidade tão patente que suas palavras até chegam a ser pesadas ou no mínimo estranhas para a maioria de nós. Temos milhares de igrejas e associações “ligadas” a uma organização gigantesca, a qual se propõe colocar-se a serviço do Reino de Deus, especialmente no que diz respeito à expansão do evangelho (através das juntas e projetos missionários). No entanto, temo que a filosofia ministerial de muitas igrejas e organizações, que se propõem servir a Deus nesse projeto, aproximam-se mais desse evangelho que Pink denomina de “o outro evangelho”, do que do evangelho apresentado pelas Escrituras Sagradas. Esta realidade pode ser observada através das programações, liturgias e até mesmo no conteúdo de muitas pregações. Não há princípios revolucionários (transformação de vidas). Como observa Frizzell; “vários estudos revelam uma pequena diferença na moralidade e no estilo de vida entre membros de igreja (nominais) e os que não estão em igreja alguma” (Salvo Seguro e Transformado! Pg. 24). A abordagem “evangelística” é realizada de maneira a não “afugentar” o ouvinte, de modo que não se pode ser radical e nem admitir a idéia ou conceber a possibilidade de ver a mãe contra a filha ou o pai contra o filho. Na verdade, para que se realize um projeto evangelístico eficaz, não se pode nem mesmo confrontar o homem com sua realidade espiritual diante de Deus. Isso seria arrastá-lo ao fundo do poço, o que não se faz necessário. De fato, o que as pessoas precisam, de acordo com o “evangelho” predominante em nossos dias, é tornar-se pessoas melhores, e isso em todos os sentidos, por isso a filosofia ministerial dos dias de hoje não se preocupa em aniquilar o homem natural, e sim melhorá-lo e enaltecê-lo. Conseqüentemente, a atitude de grande parte da igreja com relação a este mundo não é abster-se do amor ao mesmo, mas fazer dele um habitat tão confortável e apropriado a “uma vida cristã digna”, pois, para muitos, é isso que significa ser vitorioso. Quando fala-se em VITÓRIA EM CRISTO é isso que se tem em mente, (pelo menos é o que se dar a entender na maioria das vezes). O resultado dessa abordagem é o fato de que esse estilo, ou filosofia de vida leva o povo a um estado em que a ausência de Cristo nesse habitat não será percebida.
Que o Senhor tenha misericórdia de nós e nos ensine e ajude nosso coração a voltar-se para Ele, procurando viver em sua presença e para honra e glória de seu bendito nome.
A Ele toda honra glória e louvor, para todo o sempre. Amém!
                                                                                               Antonio Luis – Pr.            

  



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