segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Compromisso Cristão.

Compromisso Cristão.
Ap.3.14-22.
O livro do Apocalipse foi escrito em um período no qual a igreja experimentava várias
tribulações e perseguições, que vinham de todos os lados, especialmente do paganismo que a
cercava, acusando-a e condenando muitos cristãos à morte por causa de sua fé em nosso Senhor
Jesus Cristo. O evangelho já havia se espalhado bastante, alcançando um grande número de
pessoas. Havia diversas igrejas em várias regiões, e cada uma enfrentava determinado tipo de
problemas ou lutas. Alguns viam dificuldade em vivenciar a palavra de Deus, ou, em entender
sua soberania diante das várias situações desfavoráveis que enfrentavam, e ao mesmo tempo
precisavam continuar crendo e confiando no cuidado de Deus sobre suas vidas diante de tais
situações. Outros davam pouca importância a estas questões, preocupando-se com suas próprias
vidas, com seus próprios interesses, voltados para o materialismo e presos a ele. É a este grupo de
pessoas que o Senhor se dirige através das sete cartas. Podemos ver esta realidade pelo conteúdo
do próprio livro, e especialmente através do conteúdo em si das cartas às sete igrejas. 
Não é diferente o contexto em que vivemos. Algumas pessoas enfrentam tantas dificuldades, tantas lutas, que às vezes não conseguem manter-se firmes em sua fé na soberania, fidelidade, bondade e cuidado de Deus sobre suas vidas, ao passo que muitas outras vivem presas no egoísmo, guiadas por sua própria vontade  e assim alienadas da verdade e vontade de Deus, a ponto de passarem a viver um cristianismo descompromissado, e vazio de Deus, à semelhança da igreja de Laodicéia.  
É através desta carta, à igreja de Laodicéia, que podemos ver pela palavra de Deus que Jesus exorta sua igreja a viver um cristianismo autêntico.
Como podemos ver que Jesus exorta sua igreja a viver um cristianismo autêntico?
Destacaremos nesta carta à igreja de Laodicéia que Jesus exorta sua igreja a viver um cristianismo autêntico de três maneiras.                    
Confrontando-a com a verdade: (vs. 15,16)
A primeira coisa que podemos notar na igreja de Laodicéia é  a pratica de um cristianismo nominal, vivia um cristianismo só de aparências, ou só de palavras. A declaração do Senhor ao confrontar a igreja è; “...não es frio nem quente.” No versículo 15  a interpretação corriqueira desta passagem ver aqui somente o temo quente aplicando-se àquele que é comprometido com Cristo de verdade e o frio como àquele que é incrédulo, como que se o ser incrédulo, ou descrente, fosse melhor do que a fé que havia na igreja de Laodicéia. Mesmo que esta estava falhando em seu compromisso , não creio que seria melhor que fosse um grupo que não conhecesse o evangelho. Seria algo assim que o Senhor estava afirmando àquele igreja, que era melhor que não conhecesse seu evangelho?
A passagem apresenta “frio “ e ”quente” indiferentemente, como se ambas as condições fossem desejáveis.
O uso nesta passagem é uma figura marcante, que se refere ao suprimento de água da Laodicéia, que vinha de um aqueduto artificial que trazia água que era literalmente morna, e o contraste aqui é entre as águas quentes medicinais de Hierápoles e as águas frias, puras, de Colossos. Dessa forma, a igreja de Laodicéia não estava oferecendo refrigério para o cansaço espiritual nem cura para o doente espiritual.
No contexto daquela igreja, como era de se esperar, havia muitas pessoas nestas condições, necessitando da atuação da igreja em si, no entanto, em vez de agir em acordo com a palavra de Deus, apresentando-se como instrumento do Senhor para cuidar ou ajudar o cansado e o doente espiritual, a igreja se fechava para estas realidades. Para ela era suficiente o cristianismo nominal que vivia, voltada para si mesma com seus cultos formais, suas programações vazias, que expressavam mais um conceito de vida mundano do que um culto a Deus.
Este estado espiritual da igreja de Laodicéia é entendido como um cristianismo ineficaz e, assim, desagradável ao Senhor (v.16), a ponto de Ele expressar esta realidade de uma maneira bem chocante; “...estou a ponto de vomitar-te da minha boca”.
Em um dado momento da história o povo de Deus tinha uma vida religiosa aparentemente exemplar, oferecia ao Senhor sacrifícios em abundancia, até de “boa qualidade”, ”de acordo com a instrução do Senhor Em Levíticos, ou na Lei”. Sempre ia ao templo “cultuar”. Guardava datas fixas e uma série de coisas, e isso tudo “em nome do Senhor”. Mas eu gostaria de ver com os irmãos qual a reação do senhor diante de esta pratica religiosa do seu povo. Este possui toda uma estrutura litúrgica “exemplar” porem  o Senhor envia seu servo Isaias para confronta-lo com sua real situação espiritual (Is.1.11-17).
A igreja hoje tem uma estrutura formidável: Liberdade, instituições teológicas, literaturas em abundancia, inúmeras versões ou traduções das escrituras sagradas, mas, e o compromisso cristão? O que dizer sobre o cristianismo autentico? Como tem sido a pratica do bem em nossa vida? Estamos buscando ou praticando a justiça e lutando contra a opressão? Estamos lutando pelos direitos do órfão e defendendo a causa da viúva? Embora um dos objetivos do dizimo era atender a necessidade do órfão e viúva (Dt. 14.28,29) muitas igrejas hoje em dia ignoram este principio, os dízimos são destinados para outros fins em detrimento dos apresentados na bíblia.
Como tem sido sua igreja? Como tem sido sua vida? Estamos vivendo um cristianismo autentico? Se não o Senhor confronta também a você e a mim a vivermos um cristianismo autentico.
Mas não é característica do Senhor Jesus confrontar seu povo com a verdade ou realidade expondo suas faltas espirituais somente para deixa-lo envergonhado, humilhado,afundado na tristeza. Não, esta não é uma característica de nosso Senhor Jesus. Ao mesmo tempo em que Ele exorta seu povo, repreendendo-o por causa de suas falhas, almeja operar mudanças em sua  vida . Por isso não somente o confronta com o seu estado espiritual, descompromissado e vazio, mas apresenta solução para este problema. Esta é a segunda maneira pela qual podemos ver o Senhor chamando a igreja a viver um cristianismo autentico.
Apresentando-lhe a solução:
Jesus exorta sua igreja a viver um cristianismo autentico apresentando-lhe a solução para seu problema espiritual. 
Nos versículos 18 e19 o Senhor orienta a igreja de Laodicéia a adquirir a verdadeira riqueza, os verdadeiros bens. Algo que nos chama a atenção neste texto é a proposta que o Senhor Jesus faz à igreja; ...”aconselho-te que compres de mim...”, parece-nos estranho esta proposta de Jesus, já que Ele nos dá todas as coisas gratuitamente e nós não temos condições de alcançar algo do Senhor por nossos próprios méritos. Aqui Ele convida a igreja a comprar, já que ela se julga rica, auto-suficiente “em condições de adquiri-los”.
O orgulho ou soberba da igreja a levara à triste ilusão de que ela tinha tudo de que se precisa nesta vida, a ponto de afirmarem que não precisava mais de nada. Porem, depois de confrontada pelo Senhor com sua real situação espiritual, a igreja precisava reagir, e reagir de forma positiva. O que fazer agora diante desta realidade? Já que ela se encontra dessa forma;”pobre, cega...” já que se encontra nessa situação de profunda humilhação, que decisão deve tomar? Que rumo deve seguir? O Senhor apresenta o caminho para a igreja sair desta situação de pobreza e cegueira espiritual, este estado de vergonha e humilhação. A igreja focalizava a coisa errada. Focalizava o materialismo, o formalismo, focalizava o homem em si, em outras palavras, os padrões humanos, e isso inclusive na vida religiosa. Mas a solução para a igreja se encontra no Senhor. Nesta verdade está baseada, ou fundamentada, a proposta do Senhor;...aconselho-te que compres de mim..., o Senhor aqui esta apresentando a solução para a igreja. Se ela que ser rica e enxergar de verdade precisa do Senhor, se não quiser passar vergonha por causa de sua nudez precisa do Senhor. A solução para que a igreja saia dessa situação espiritual deplorável não se encontra em seus recursos ou nos padrões humanos, mas sim em Cristo Jesus. Não é por sua condição material ou sua própria capacidade que ela vai enxergar as realidades do Reino de Deus, mas pela graça e misericórdia do Senhor (Luc. 10.21,22; Ef. 1.17-19). Não é pelo seu próprio esforço e recursos que ela irá conquistar bens espirituais e sim por depender e confiar tão somente no Senhor.
Você e eu muitas vezes somos criticados por não praticarmos muitos costumes que foram estabelecidos como praticas cristãs, e o pior é que estas praticas são vistas como meios de alcançar graça diante de Deus, como se elas nos fizessem merecedores de algo do Senhor.
Se o que você tem feito na obra do Senhor te faz sentir merecedor diante dEle, já não está de acordo com o evangelho da graça. Você passa a acreditar que as bênçãos recebidas são frutos de suas obras e esforços, e não da graça do Senhor. Tudo quanto fazemos, o fazemos para o Senhor, não para que Ele possa fazer algo por nós, mas sim porque já fez tudo. Deu sua própria vida e não somente isso mas nos abençoou com todas as bênçãos espirituais.(Ef.1.3;II Pd.1.3).

Diante do que já destacamos até agora podemos ver o Senhor confrontando sua igreja, exortando-a a viver um cristianismo autêntico, isto ele faz, neste texto, de três maneiras. Primeiro confrontando-a com a verdade, segundo apresentando-lhe a solução e terceiro fazendo-lhe promessas. Esta é a terceira maneira pela qual o Senhor exorta sua igreja a viver um cristianismo autentico:
Fazendo-lhe promessas.
Algo marcante na historia do povo de Deus é que sempre que o Senhor o surpreende em falta diante de sua santidade não somente repreende este povo por seus pecados, não somente aponta a solução para seus problemas espirituais mas também está sempre fazendo promessas para aqueles que atendem ou correspondem à sua palavra. O Senhor promete-lhes não somente um futuro mas também um presente cheio de alegria, repleto de sua presença. Aqui o texto nos mostra o Senhor bem próximo da igreja vazia, e está  disposto a preencher seu vazio espiritual. O Senhor insiste em mudar a situação da igreja. Ele bate constantemente conclamando que a igreja abra sua porta para que Ele entre.
Alguns têm enfatizado o fato de que Jesus está à porta batendo e disposto a entrar, porem destacamos o fato impressionante de que mesmo a uma igreja arrogante, soberba e alienada da vontade de Deus, este promete restaurar sua condição normal de verdadeira comunhão com o Senhor. Ele afirma que se a igreja ouvi sua voz e abrir a porta, Ele entrará em sua casa. Que cena impressionante, amados!          
Esta passagem não somente destaca a verdade abordada nos pontos anteriores; a igreja está vazia da presença de Deus. Mas destaca para nós o atributo maravilhoso do Senhor nosso Deus; sua misericórdia. O Senhor está disposto a mudar a situação da igreja. Ele bate sua “porta “e deseja entrar em sua” casa”.  Não devemos ver aqui em Jesus,”como muitos o fazem”, uma pessoa necessitada e dependente de outras, neste caso, da igreja, implorando a ela que abra sua porta para que Ele entre. Não! Aqui o Senhor declara a igreja que, mesmo em sua real situação, ela pode mudar seu quadro espiritual. As promessas do Senhor que são maravilhosas, sua presença que é muitíssima agradável, são desfrutadas por todo aquele que ouvir sua voz e abri a porta para Ele.
O Senhor tem batido em sua porta, tem batido em minha porta. Quando ouvirmos sua voz, não endureçamos nossos corações, para que sua presença esteja sempre em nossa casa, nossa vida e em nosso ministério.
Resta a nós, irmãos, refletirmos sobre esta mensagem da palavra do Senhor, avaliando; Que tipo de cristianismo estamos vivendo? Um cristianismo autentico, agradável a Deus, alegrando seu coração, ou existem em nossas vidas aspectos de um cristianismo nominal?
De fato, se a palavra do Senhor, confrontando você com a realidade te fez entender que você necessita se apegar a esta promessa, ela também é pra você, é para mim. É para todos nós, quando por ventura encontrarmo-nos em situação semelhante à igreja de Laodicéia. 











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